Poema de Florbela Espanca

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No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Kommentare

  1. Vim cá ter através da Sletras e do Titofarpas e encontro um belíssimo poema da Florbela Espanca e um blog cheio de coisas ao meu gosto... É certo que vou voltar. Bom fim de semana.

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