Os livros da minha infância

Anne of Green Gables

A Fadinha desafiou-me a falar sobre livros da minha infância.
A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo-primeiro ano de vida de uma pessoa. É dos livros que li nesse período da minha vida que vou falar.
Antes de entrar para a escola primária já sabia ler. Foi a minha mãe que me ensinou. Também foi ela que me incentivou à leitura e me comprou sempre todos os livros que eu quis.
Li os habituais Contos de Fadas. Como detestava, que fosse sempre o príncipe a salvar a princesa, um dia, tinha eu uns dez anos, escrevi um conto para um concurso de um programa infantil, em que uma guerreira resgata o príncipe do castelo do feiticeiro, depois de matar o dragão. Ganhei um prémio.
Adorava todos os Contos de Grimm, que não são propriamente contos de fadas, mas sim fábulas infantis. Entre os contos de Hans Christian Andersen, gostava principalmente do: "O Patinho Feio", "Os Sapatinhos Vermelhos", "O Soldadinho de Chumbo", "A Pequena Sereia", "A Roupa Nova do Rei", "A Princesa e a Ervilha", e quando lia a triste história da "Rapariga dos Fósforos" chorava copiosamente.
O meu pai deu-me dois livros de contos ainda da sua infancia, encadernados em azul e com letras douradas. Os contos desses dois livros eram de uma brutalidade sem limites. Arrepiava-me ao le-los e metia a cabeca debaixo dos cobertores. Mesmo assim, eles estavam sempre em cima da minha mesinha de cabeceira e lia-os constantemente... e depois morria de medo e não conseguia dormir.
Os Contos da Condessa de Ségur foram de todos os meus favoritos. Possuía orgulhosamente a colecção inteira. Nunca mais me esquecerei de "Os Desastres de Sofia", "Meninas Exemplares" e "As Férias", e dos seus personagens: Sofia, Paulo, Camila e Madalena, nao esquecendo as "Memórias de um Burro". Era com a Sofia, que só fazia disparates, com quem eu me identificava e nao com a Camila ou a Madalena, meninas muito prendadas.
Outros livros marcantes dessa época foram: "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Carroll; "As Viagens de Gulliver" de Jonathan Swift; "A Princesinha", e o "Pequeno Lord" de Frances Hodgson Burnett.
Já tinha uns doze anos quando li quase todos os livros do Júlio Diniz, e um ou outro do Júlio Verne, o escritor preferido do meu avo materno.
“As Mulherzinhas” de Louisa May Alcott gosto mesmo tanto, que o tenho em portugues, ingles e alemao. Claro que me identifiquei logo com a Jo, a maria-rapaz, que queria ser escritora e que se apaixona por um professor alemao.
Um livro que também ficou para sempre marcado na minha memória foi a biografia da Madame Curie. O que nao me lembra é do nome do autor ou da autora. Sei que li esse livro várias vezes e que queria ser uma cientista famosa e como ela ganhar dois Prémios Nobel. Mais tarde foi Física a minha disciplina favorita.
Dos 14 aos 18 anos foi o período da minha vida em que li mais. Li todos os livros, que a nossa professsora de moral, ingénuamente, nos disse que estavam no índex.
A minha paixao pela leitura comecou muito cedo e continua...
O meu filho Jochen já me acusou de que eu gosto mais dos meus livros do que dos meus filhos, mas isso não é verdade.

Vou passar este desafio à Ana Baldner, ao ccz., à Isabel, que compartilha comigo o amor pelos contos da Condessa de Ségur, à Pedrita e à TETÉ, esperando que aceitem e que gostem tanto dele como eu.

Kommentare

  1. Quanto à pergunta sobre os livros da minha infância, cá vai.
    .
    Sempre gostei de ler, sempre li e devorei livros... desde que me conheço.
    .
    Começo por estes dois que guardo com um especial carinho porque foram os primeiros livros sérios que eu me lembro de receber como prenda, estão no primeiro parágrafo deste postal:
    .
    http://balancedscorecard.blogspot.com/2006/11/da-service-profit-chain-at-ao-mapa-da.html
    .
    Livros que li na minha infância e que ainda me recordo: a série completa dos livros de Enid Blyton sobre os 5 e os 7 e vários outros de um grupo de miúdos que tinha uma catatua, a Didi.
    Um livro do curso universitário da minha mãe chamado "A legenda Dourada" e que contava n histórias da mitologia grega e que eram simplesmente deliciosas e muito mais atraentes do que tudo o resto.
    Tarzan, Robinson Crusoé, Robin dos Bosques, Ivanhoé, Lagardere; Os três mosqueteiros, a ilha do tesouro, n livros de Júlio Verne, Tintin, e as bandas desenhadas do Mundo de Aventuras e do Falcão.
    .
    Depois aos 12 anos comecei a ler os policiais da colecção Vampiro, e os clássicos de Agatha Christie... God, how I like Poirot!!!
    .
    Depois aos 15 anos cheguei a estes que me marcaram a "ferro"
    .
    http://balancedscorecard.blogspot.com/2006/08/s-para-mim.html
    .
    Assim, espero ter satisfeito a sua curiosidade.
    .
    Saudações proletárias!!!
    .
    ehehehe

    AntwortenLöschen
  2. Tinha já um verdadeiro relambório e apagou-se tudo. Vou tentar relembrar o que tinha escrito. Quando estava a ler o texto da Teresa sorri porque li quase os mesmos livros, entre os seis e os doze anos. Entrei para o colégio aos cinco e já sabia ler e escrever. Aliás, o meu Pai só me oferecia livros, os da Condessa de Ségur e os da Vovó La-lá. Depois de ter feito uma birra e ter partido a primeira boneca que me deu decidiu-se pelos livros e pelos puzzles. Fascinavam-me as imagens dos cubos e foi assim que comecei a desenhar.

    Li os Cinco e Os Sete... Joana d'Arc, mas já não me lembro do autor. De Júlio Dinis li-os todos, na mesma altura li também Charlotte Brontë, a autora preferida da minha Mãe. E li antes dos doze Crime e Castigo, Guerra e Paz. Quando nasci, os meus pais, por gostarem dos romances de autores russos, chamavam-me, se não estou em erro, Nabiusca. Li à socapa O Crime do Padre Amaro, mas não percebi nada, para ser sincera, nem entendia a razão de tanto mistério. Era proibido e foi por isso que quando o apanhei à mão fui lê-lo com um primo meu. Conclusão desta leitura, ficámos intrigados e nunca mais pegámos no livro, foi uma desilusão. Quando há pouco tempo fui ver o filme lembrei-me da história, se bem que pouco tivesse a ver com o livro. Outra desilusão. Agora quem não me desiludiu foi Anna Karenina e O Primo Basílio, lidos antes dos doze e percebi-os muito bem.

    O primeiro poema que li, antes dos dez anos, foi Barca Bela e gostava de o recitar. Mais tarde enjoei de Almeida Garrett e no liceu até me custava lê-lo.

    Mas A Menina dos Fósforos, O Soldadinho de Chumbo, A Princesa da Ervilha, O Rouxinol e o Imperador, O Gato das Botas, tantos que li, tinha uma pilha destas pequeninas histórias. E claro, da Condessa de Ségur, a história de Blondina, que foi um dos nomes escolhidos para uma gatinha que tive. Via as imagens da Bíblia desta autora, ilustrações de Gustave Doré. Dos contos da Vovó La-Lá lembro-me do Gato Mitsi. Algumas histórias eram bem tristes. Nunca gostei das chamadas leituras para rapazes, como Júlio Verne, passei a gostar mais tarde.

    Estou a ver se me lembro de mais, os policiais comecei a ler por volta dos doze anos e os primeiros foram de Stanley Gardner, O Caso de... tal...O Caso...d'aquel'outro. Depois veio a Miss Marple e mais tarde Poirot. Adorava sentir a atmosfera de mistério e o típico ambiente british, os sofás cobertos com chintz...fazia sempre batota e lia o final a meio da leitura.

    Sei que me vou lembrar de mais, mas agora não me recordo...assinava também revistas, estava a ver se me vinham à memória, mas não. Eram revistas mensais que vinham através das freiras, ainda mantive as assinaturas depois de ter ido para o liceu. Não vale a pena, já não sei como se chamavam. Antes dos doze fui obrigada a ler um livrinho de etiqueta, tinha de saber como escrever uma carta ao bispo, ao papa, etc. e como um homem devia beijar a mão de uma senhora(rsrs)!!!

    E termino, vou ver se recordo mais.

    Beijinhos
    Isabel

    AntwortenLöschen
  3. E adoro as malas da imagem, onde está sentada a menina. Já vi que há aniversário, volto amanhã, estou cheia de sono.

    Beijinho
    Isabel

    AntwortenLöschen
  4. Ah, claro que aceito o desafio! Curiosamente, as leituras são muito idênticas...

    Quando faço desafios lá no meu canto, são para todos, só referi o rafeiro porque ele, desde que não esteja lá o nome dele, acha que não lhe é dirigido (ou finge, está claro!)

    Mas acho que não fui muito clara, que era para dizer aquilo que acham que são as minhas preferências e depois, cada um fazer as suas próprias perguntas, para os seus próprios comentadores tentarem adivinhar.

    Este é muito giro, mas ser original é difícil que as minhas leituras foram mais ou menos essas...

    Saudações de Lisboa!

    AntwortenLöschen
  5. ah, os livros da minha infância, acho que vou lembrar mais os da adolescência, vou pensar com carinho para escrever. adorei os livros que povoaram sua infância. beijos, pedrita

    AntwortenLöschen
  6. Desafio aceito... só que vou fazer com muito carinho por isso preciso de um tempinho...

    amei isso...

    bjs

    AntwortenLöschen
  7. É um desafio muito interessante e que nos leva a conhecer melhor os "desafiados". Tinha razão, partilhamos muitas leituras.

    AntwortenLöschen
  8. Já respondi! :)*

    Saudações!

    AntwortenLöschen
  9. A resposta ao seu desafio já esta no meu blog...

    espero que goste

    AntwortenLöschen

Kommentar veröffentlichen

Beliebte Posts aus diesem Blog

pensamento inacabado

Guardador dos restos do Templo de Poseidon