W.H. Auden nasceu em 1907 a 21 de Fevereiro em York

Christopher Isherwood e W.H. Auden em 1939. Foto de Carl van Vechten

O poeta e crítico inglês Wystan Hugh Auden nasceu a 21 de Fevereiro de 1907 em York – morreu a 29 de setembro de 1973 em Viena. Para os jovens intelectuais de esquerda ele foi a grande voz dos anos 30 - algumas vezes demasiadamente político, sempre implicitamente radical e incómodo, pela frequência com que lançava mão, em seus poemas, de espiões, bordéis e impulsos reprimidos - sua homossexualidade estava por trás de várias referências pessoais, aparecendo insistentemente em sua poesia. Assim que T. S. Eliot publicou a primeira colectânea de Auden, Poemas (1930), ele foi imediatamente reconhecido como porta-voz de sua geração. Filho de médico, Auden foi educado na Escola Gresham e na Christ Church, em Oxford, onde se tornou o líder de uma "gang" formada por Stephen Spender, Louis MacNeice e Cecil Day-Lewis - pai do actor Daniel Day-Lewis. Logo começou a colaborar com um amigo da escola preparatória, Christopher Isherwood, em peças esquerdistas que misturavam farsa e poesia. Em 1935 casou Auden com Erika Mann, a filha de Thomas Mann. Em 1939, mudou-se com Isherwood para a América, onde conheceu aquele que se tornaria seu companheiro, Chester Kallman, com quem anos mais tarde escreveu libretos de ópera, incluindo The Rake's Progress, para Stravinsky. O seu poema Funeral Blues foi recitado no filme "Quatro casamentos e um funeral".

FUNERAL BLUES

Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Evitem o latido do cachorro com seu osso suculento,
Silenciem os pianos e com tambores lentos
Tragam o caixão, deixem que o luto chore.

Deixem que os aviões voem em círculos altos
Riscando no céu a mensagem Ele Está Morto,
Ponham gravatas beges no pescoço dos pombos brancos do chão,
Deixem que os guardas de trânsito usem luvas pretas de algodão.

Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
Minha semana útil e meu domingo inerte,
Meu meio-dia, minha meia-noite, minha canção, meu papo,
Achei que o amor fosse para sempre: Eu estava errado.

As estrelas não são necessárias: retirem cada uma delas;
Empacotem a lua e façam o sol desmanchar;
Esvaziem o oceano e varram as florestas;
Pois nada no momento pode algum bem causar.

Traduzido por Daniel Piza

Kommentare

  1. Sabes aquela informação que te pedi no post do carnaval?

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  2. Uma beleza este poema.
    Obrigada por tê-lo posto aqui.
    Beijinhos

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